Júpiter
Imagem de Júpiter capturada no Observatório do Lago Alqueva através dos telescópios usados nas sessões de Observação Astronómica.
O Gigante Júpiter!
Júpiter é o maior planeta do nosso sistema solar, a sua massa contabiliza 2.5 vezes a massa de todos os restantes planetas. Tem um periodo órbital de 11 anos e 10 meses e leva cerca de 10 horas a completar uma rotação em torno do seu eixo, em comparação com a Terra que demora 24 horas a completar uma rotação.
Estamos a falar de um corpo com um diâmetro de 11 Terras que completa uma rotação em menos de metade de um dia… Incrível!!
Júpiter é um planeta gasoso, algo que leva muitos a acreditar que é possível atravessar o planeta de um lado ao outro sem nenhum impedimento. Antes pelo contrário, tal como os restantes planetas gasosos, o núcleo de Júpiter é rochoso com uma dimensão de cerca de 20 000 km de diâmetro, ou seja aproximadamente 1,5 vezes o tamanho do nosso planeta.
A sua atmosfera, composta maioritariamente por hidrogénio e hélio, é muito dinâmica e nela podemos encontrar a tempestade mais conhecida do sistema solar, que é seguida há mais de 300 anos. Esta tempestade, a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, tem cerca de 16 350km de extensão ou 1.3 vezes o tamanho da Terra.
Todos os anos, dado o movimento dos planetas em torno do Sol, há um dia em que Jupiter, Terra e Sol estão alinhados, a este dia chamamos a oposição de Júpiter e marca o dia em que Terra e Júpiter estão no seu ponto de aproximação máxima, a distancia que os separa é pouco mais de 588 milhões de quilómetros.
A estrela que nunca nasceu… será?
Por vezes, a elevada massa de Júpiter leva à ideia de que Júpiter é uma “estrela falhada”. Apesar de ser bastante massivo e possuir uma composição química muito semelhante a uma estrela, Júpiter está muito mas muito longe de ter massa suficiente para iniciar fusão do hidrogénio. Para efeitos de comparação, a estrela – 2MASS J0523-1403 – é uma das mais pequenas conhecidas e esta possui uma uma massa equivalente a 85 Júpiters.
A estrela EBLM J0555-57Ab apesar de ser mais pequena que Júpiter, a sua massa equivale a 85.2 vezes a massa de Júpiter.
Descoberta e observações de Júpiter
Júpiter destaca-se fácilmente no céu dado o seu elevado brilho, por causa disto, todas as antigas civilizações possuem algum registo de Júpiter nos seus monumentos ou manuscritos. Para os gregos o astro brilhante no céu representava Zeus, o lider do panteão grego. Para os romanos era “Jove” por vezes denominado “Dyeus-Pater” que mais a frente foneticamente evolui para Júpiter.
Galileo Galilei
A 7 de janeiro de 1610 Galileo Galilei foi a primeira pessoa na Terra a observar Júpiter através de um telescópio.
Ilustrações feitas por Galileo do movimento das luas jovianas em torno de Júpiter em 1610.
Galileo observou que ao lado de Júpiter estavam 4 pontos luminosos, entre dia 10 e 19 janeiro notou que estes pontos aparentavam mover-se em torno de Júpiter. Curiosamente, a observação foi confirmada por astrónomos Jesuitas de Roma. Galileo denominou os corpos de “Planetas Medicianos” em homenagem à familia Medici, sua padroeira.
Contemporâneamente, em homenagem a Galileo, este sistema é conhecido como “As luas Galileanas” composto por Io, Europa, Ganímedes e Calisto.
Calisto, Ganímedes, Europa e Io são as luas que compoem o sistema galileano e são as maiores do total de 95 luas que orbitam o planeta. Três destas luas, Ganímedes, Calisto e Io, são maiores que a Lua e Ganímedes é a maior lua do sistema solar, maior até que o planeta Mercúrio. Estas luas são fácilmente observadas com binóculos e ao longo de 1h30 é possível observar o movimento das luas em torno de Júpiter.
As luas Galileanas
Ganímedes
Imagem (PIA 00716) da lua Ganímedes capturada pela sonda NASA-Galileo Orbiter.
Europa
Imagem (PIA 19048) da lua Europa capturada pela sonda NASA-Galileo Orbiter.des
Calisto
Imagem (PIA 03456) da lua Calisto capturada pela sonda NASA-Galileo Orbiter.
Io
Imagem (PIA 00583) da lua Io capturada pela sonda NASA-Galileo Orbiter.
Ao contrário daquilo que muitos possam pensar, todos os planetas gasosos do sistema solar possuem sistemas de aneis. Júpiter possui aneis tal como Saturno, porém não são tão brilhantes e não são observáveis através de telescópios. Os aneis foram descobertos pela sonda Voyager 1 em 1979.
Os anéis
Imagem (PIA 00538) do sistema principal de anéis de Júpiter capturada pela sonda orbital NASA – Galileo Orbiter nos anos 90.
Entre 1995 e 2004 a sonda NASA – Galileo Orbiter capturou inúmeras imagens do sistema de anéis joviano e descobriu que este se formou através da colisão de asteróides com algumas das luas de Júpiter.
Foi registada pela primeira vez por Robert Hooke em Maio de 1664. Em 1665 Giovanni Cassini também observou registou uma mancha na superfície do planeta. A sonda NASA – Juno lançada em 2011 demorou 5 anos a chegar a Júpiter e lá capturou as melhores imagens da atmosfera de Júpiter que temos hoje.
A grande mancha vermelha
Imagem (PIA 21985) da Grande Mancha vermelha capturada pela sonda NASA-Juno.
A grande mancha vermelha é a maior e mais persistente tempestade do sistema solar. Com ventos entre 430 a 680 km/h. A origem desta tempestade ainda hoje é desconhecida.
Imagem/Time-lapse (PIA 22178) da grande mancha vermelha, capturada pela sonda NASA-Juno.
Os gases no topo da tempestade apresentam temperaturas muito elevadas comparando com a restante superfície do planeta. Segundo um artigo publicado em 2016 na revista “Nature”, os investigadores afirmam que a fonte de calor possa ser ondas acústicas, causadas pela elevada turbulência da tempestade.
Esta tempestade é visível ao telescópio e a cor vermelha contrasta bem com o resto do planeta. A tempestade desloca-se longitudinalmente ao longo da atmosfera de Júpiter e leva perto de 10 dias a completar uma volta ao planeta. Dada a elevada velocidade de rotação de Júpiter, aqui na Terra vemos a tempestade a cada 10 horas.
Júpiter no Observatório do Lago Alqueva - OLA
Júpiter é sem dúvida um dos melhores objectos no céu para observar através de um telescópio. Se as condições atmosféricas o permitirem conseguimos observar a superfície de Júpiter com bom detalhe ao mesmo tempo que se observa o sistema galileano em torno do planeta. Quanto melhor forem as condições maior será o contraste de cores das nuvens de Júpiter. Ao todo podemos ver:
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Detalhe nas nuvens da atmosfera de Júpiter
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As quatro luas Galileanas
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A grande mancha vermelha (nem sempre é visível)
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Um bom contraste de cores entres as nuvens.
De vez em quando é possível observar as luas a transitar o planeta e, com telescópios de grande abertura, como os que temos aqui no OLA, é possível ver a sombra da lua galileana projectada sobre a superficie do planeta.
Imagem (PIA 23437) da sombra da Lua Io projectada sobre a superfície de Júpiter. Capturada pela sonda NASA-Juno.
Quando é a melhor altura para observar Júpiter?
Júpiter começa a aparecer em finais de setembro de 2024 e mantém-se visível na segunda sessão de Observação Astronómica da noite até finais de outubro. Júpiter permanecerá no céu e visível nas sessões de Observação Astronómica até finais de Março de 2025.
Para se obter uma boa imagem ao telescópio é crucial observar o planeta quando ele esta bem alto no céu. Quanto mais alto melhor e quanto mais frio melhor.
A melhor altura para observar Júpiter no Observatório do Lago Alqueva nas sessões de Observação Astronómica é ao longo dos meses de dezembro (2024), janeiro (2025) e fevereiro (2025). Em dezembro e janeiro recomendamos a segunda sessão da noite e em fevereiro recomendamos a primeira sessão da noite.
Em 2025, Júpiter depois de desaparecer temporariamente do céu nocturno em finais de março, só volta a reaparecer nas sessões em finais de outubro.